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Ao examinar o conflito das interpretações em torno do acontecimento de maio de 68 em França, J. Rancière coloca em perspectiva uma reflexão profunda sobre as relações existentes entre tempo, narrativa e política. O ensaio visa articular a atenção sobre os usos políticos da memória, considerando a natureza do acontecimento não apenas como o surgir inesperado de uma perturbação na ordem das expectativas, mas também como um encadeamento de outras relações cuja origem e historicidade importa subtrair à interpretação sociológica. Neste contexto, Maio de 68 não se oferece como um dado bruto que disciplinas diferentes possam interpretar a seu modo. Por isso, J. Rancière indaga os modos de construção do acontecimento, as formas de interpretação e as posições subjetivas relativas «ao facto de que algo aconteceu». Desafiando a ideia de uma revolução imaginária concebida por intérpretes tão díspares como Bourdieu, Passeron e Raymond Aron, ou as considerações jornalísticas sobre o movimento dos baby-boomers, que justificavam os efeitos de uma sociedade hedonista, o autor opõe uma leitura assente na efetividade prática das reivindicações dos estudantes.
Ao partir do incidente de contestação, o panfleto que pedia «a abolição dos exames e do capitalismo», e da manifestação improvisada na Primavera de 1968, no seio da Universidade de Nanterre, observa-se todo um encadeamento temporal heterogéneo cujas distintas velocidades e direções vêm provocar o choque com a ordem dominante. Um espaço inédito de conexões e uma nova lógica emancipadora passam a desafiar a ordem das triviais mediações sociais. Neste sentido, a famosa palavra de ordem «Imaginação ao poder» vem significar, para além do sonho ou da fantasia individual, uma outra identificação coletiva da sociedade e da política. Através da atenção dedicada à potência coletiva de invenção dos nomes, das acções, dos gestos, dos espaços e do tempo, as perturbações momentâneas da ordem social originam uma racionalidade autónoma da política. Ao quebrarem-se as identificações conhecidas, ao romperem-se as mediações do consenso, ao transformarem-se os usos e a função simbólica dos lugares, ao acelerarem-se as temporalidades, o acontecimento manifesta uma concepção da política que, para além da representação «clássica» de atores, de formas de acção e progresso, produz uma conflagração que contradiz a visão sociológica: dar inteira visibilidade à ideia da política como conflito de mundos.
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