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Questões de limites

Questões de limites

Neste ensaio, Jacques Rancière examina as distinções e as relações que se estabelecem entre arte, ética e política. Ao procurar compreender a genealogia destas fronteiras, através de múltiplos e variados exemplos concretos, o autor descreve a maneira como as suas mútuas transformações se manifestam na atualidade A partir de uma vasta convocação de obras contemporâneas, performances e instalações de inúmeros artistas, tais como Yaël Bartana, Doris Salcedo, Ai Wei Wei, Okwi Enwezor, Tania Bruguera, Bertille Bak, Erdem Gündüz, Eyal Weizman, analisam-se, articuladamente, a evidência dos espaços e os lugares onde as mesmas se efectivam. Em cada obra consideram-se os conteúdos e os meios de acção política; a maneira como se refletem as fronteiras entre realidade e ficção, e, ainda, como se exprime a indissociável conexão entre o propósito individual, criativo e o domínio da participação coletiva. 
A partir dos seus variados elementos materiais e simbólicos, das suas heterogéneas e compósitas montagens, a arte procura construir-se como uma forma de experiência sensível partilhada que, tal como a política, implica a manifestação de um mundo sensível, também capaz de perceber, de sentir, o que é coletivo e comum.
Todavia, se a política é uma questão estética, ela não é a realização de uma capacidade meramente empática, mas precisamente o conflito que existe sobre esta capacidade e os seus modos de manifestação. Para Rancière, a esfera estética e a esfera da política não se podem por isso circunscrever, porque a instabilidade das suas fronteiras é-lhe constitutiva.
As formas artísticas vivem destacadas do mundo hierarquizado a que outrora pertenciam e oferecem-se hoje aos espectadores enquanto objetos de uma experiência específica: elas não se separam das formas de vida. Por um lado, manifestam a unidade de uma arte crítica que oposta à representação afirma o lugar específico da sua relação com a política sem com ela se confundir, por outro, revelam uma arte performativa que, ao deslocar as relações sociais e políticas, torna estranhas as situações vividas e comuns para com elas se confundir.

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